Ontem cheguei a Ourique, terra da minha avó materna, mais ou menos por esta hora. Os vales, os montes e a terra árida abraçaram-me com esta canícula temorosa. Cada vez que cá venho sinto-me como que arrastado para o mais profundo dos infernos. Não só pelo calor abrasador que se faz sentir, pois sinto o mesmo no Inverno, como pelas infames memórias que povoam a minha lembrança. O passado está sempre lá atrás, mas pode perseguir quem não o sabe respeitar e entender. Não é por nada que esteja um pouquito constipado. É do calor. É do pó de uma casa envelhecida. É de não me sentir confortável. Talvez nunca tenha estado confortável neste meu Alentejo. Para hoje o Instituto de Meteorologia previa uma máxima de 38ºC para Beja. Não creio! Sinto que tenhamos chegado aos 40ºC.
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