segunda-feira, outubro 30, 2006

PhotóS: 250 Comboios em Portugal: Estação do Rossio

Ontem não consegui postar o post relativo às fotografias. Fica então hoje disponível.
Algo completamente nacional... Os Comboios em Portugal surgiram a 28 de Outubro de 1856 com a inauguração da linha férrea entre Lisboa e o Carregado. A CP - Comboios de Portugal apareceu também nessa altura, que explorava não só os comboios como as vias. Mais recentemente, em 1997, surgiu a REFER - Rede Ferroviária Nacional, responsável por toda a rede ferroviária.
Uma das obras mais emblemáticas dos Caminhos-de-Ferro é a famosa Estação do Rossio (inaugurada em 1890) e o seu Túnel. Actualmente a Estação alberga uma exposição do Museu da Presidência da República até aos fins de Dezembro e o Túnel está embrenhado numa espécie de Obras de Santa Engrácia. Triste, olho todos os dias para estas obras que me parecem não ter fim à vista. Utentes, moradores e comerciantes, estão cada vez mais descontentes.
Deixo-vos aqui 2 imagens doutros tempos. A primeira, uma foto da Fachada da Estação do Rossio. E a segunda, uma foto durante as Obras de Construção da Gare. Desfrutem.

1. Fachada da Estação do Rossio


2. Obras de Construção da Gare

sábado, outubro 28, 2006

Há 15 anos atrás...

Setúbal, Segunda-feira, 28 de Outubro de 1991.
E tudo começou por volta das 08:30h...
Tenho 12 anos e estou sozinho em casa a tentar dormir - os meus pais já confiam em mim -, só tenho aulas ao final da manhã. O papi saiu para o trabalho ao início da madrugada, como agora é costume, começou há pouco a trabalhar na construção de uma ponte qualquer no interior centro. A mami saiu de casa pouco antes das 07h, tem que estar na Cantina às 08h, mas antes tem de ir buscar uma amiga à Fonte da Telha. O mano também já saiu de casa, tem aulas na Escola Comercial logo às 08h. Acordo da minha tentativa de dormir com o primeiro telefonema. - Terá sido, talvez, a partir daqui que passei a custar tanto a deixar-me dormir? - Teve assim início o dia mais longo da minha vida, o primeiro dia da minha semana mais longa. É a amiga da minha mãe:
- A tua mãe?
- Não sei! Ainda não chegou? - respondo.
- Não! - diz admirada.
- Mas ela já saiu faz tempo! - digo.
- Está bem. Vou continuar aqui à espera.
Volto para a cama, enrosco-me no edredon dos ratinhos. Mais uns minutos e o telefone volta a tocar:
- Estou a falar para a casa da D. Maria Ana? - pergunta-me uma voz feminina acautelada.
- Sim! - digo eu aborrecido.
- Fala A. da Polícia. Estou a falar com? - inquire-me a mesma voz.
- Luís Alexandre, o filho mais novo... - respondo a medo.
- A tua mãe está no Hospital de Palmela...
Interrompo dizendo: - Como? No Hospital de Palmela? A fazer o quê?
Continua a voz feminina: - A tua mãe sofreu um acidente...
Interrompo outra vez: - Mas é grave?
Responde a tentar acalmar-me: - Não, não é grave. Queremos é que te acalmes. Já falámos com os teus avós e eles estão quase a chegar. Queremos que fiques em casa à sua espera.
Assim que desligam o telefone corro para o quarto e visto qualquer coisa. Antes de pegar nas chaves e na carteira para sair vou à cozinha ver na porta do frigorífico o horário escolar do mano. Dirijo-me então a correr para a Escola Comercial para falar com o meu irmão. Ainda são uns 10 minutos. Com toda a velocidade que consigo atingir percorro o Jardim do Bonfim de uma ponta à outra. Chego à escola, deconhecida para mim, e vou directo para a porta da sala onde é suposto o meu irmão ir ter aula. Ouço o primeiro toque de entrada. O meu irmão acaba de entrar, vê-me e admirado vem ter comigo:
- Que fazes aqui? Não vês que vou ter aula agora...
Ofegante digo: - Ligaram lá para casa da polícia a dizer que a mãe estava no Hospital de Palmela...
- Que aconteceu?!? - diz-me a medo.
- Parece que teve um acidente. Já falaram com os avós e eles devem estar a chegar a nossa casa.
O meu irmão pede à professora para sair. Calado, pega na bicicleta e desaparece rua fora. Triste vou para casa em passo calmo. Ao chegar a casa deito-me outra vez, vestido, sem me importar com nada. Tocam à porta. Não sei se passou muito ou pouco tempo. São os meus avós paternos, finalmente chegam. Ao entrar a minha avó Gina diz muito calmamente: - A tua mãe... - não a deixo terminar a frase e corro corredor fora até ao quarto. Tomo consciência do pior. Enfio-me debaixo do edredon dos ratinhos, é o meu refúgio, e começo a chorar. A minha avó Gina entra no quarto com prudência e vê-me deitado na cama do meu irmão. Chega perto de mim, senta-se na beira da cama e afaga-me o cabelo loiro - como adoro um bom cafuné. Passam-se alguns minutos. Saímos de casa e dirigimo-nos no Corolla do meu avó para o Hospital de Palmela. Conto aos meus avós que fui ter com o mano à Escola Comercial e que ele saiu de bicicleta sem me dizer onde ia. Ficam ainda mais preocupados. Os 15 a 20 minutos entre Setúbal e Palmela são precorridos em absoluto silêncio. Ao chegarmos somos conduzidos a uma contígua sala de espera. Lá encontro o meu irmão a escorrer suor, lavado em lágrimas, nos braços da minha tia Laura, a ser examinado por uma enfermeira. Detesto hospitais, já passei tempo suficiente dentro deles. Vou até à rua apanhar ar, a minha avó Gina vem comigo. Não sei o que fazer. Não sei o que dizer. Um estranho sentimento apodera-se de mim. Não será tudo isto um pesadelo? É a dura realidade. Nisto chegam os meus avós maternos, com a minha tia Flor na carrinha da Junta de Freguesia. Ourique ainda é longe, os meus avós e a minha tia não conduzem e tentaram vir o mais depressa que lhes foi possível. Algumas horas depois, vamos todos para Setúbal, cheios de fome, as duas famílias unidas numa mesma dor. Chegamos a casa e já lá está a minha tia-avó Amália, esteve a fazer uma canja de massa com galinha caseira - como me sabe bem o toque final da salsa. Tentando abstrair-me, como se fosse possível, do que nos aconteceu, sento-me na marquise. Ali fico a tentar sossegar o meu espírito. O meu coração literalmente sangra. Absorto ali estou e ali fico. Algum tempo depois vejo a meio da rua um táxi, vem direito ao nosso prédio. Saio porta fora, algo me chama à rua. Vejo o meu pai dentro do veículo a pagar ao taxista. Corro até ele. O meu pai sai do carro. Ainda antes do táxi dar a volta para se ir embora digo friamente: - Pai! A mãe morreu! - o meu pai deixa cair ao chão o casaco que trazia na mão. Tudo isto aconteceu há 15 anos atrás. Tudo poderia ter sido diferente. Os segundos seguintes, os minutos seguintes, as horas seguintes, os dias seguintes, as semanas seguintes, os meses seguintes, e os anos seguintes...
15 anos depois a minha casa é invadida por estranhos durante a minha ausência. Levam dois portáteis, o leitor de DVD, 4 pequenas chaves de fenda, cerca de 5€ em moedas de 2 e 1 cêntimos, duas mochilas, dentro de uma delas duas pen's, as cadernetas das minhas contas bancáras e o meu cartão de empregado, na outra meia dúzia de meias de fato. A minha privacidade foi assaltada. Não me sinto seguro no meu pequeno espaço. Candidato-me a um lugar noutro departamento da minha empresa. Não estou confiante, a minha auto-estima sofreu um beliscão. Estou vulnerável, frágil, enfraquecido. Onde estão as minhas forças? Mais daqui a pouco vou refugiar-me dentro de uma sala de cinema, espero ao sair estar melhor e sorrir à minha amiga vendedora de castanhas.

sexta-feira, outubro 27, 2006

O Furto do ano...

Photobucket - Video and Image Hosting

Pois é, a casinha ao Carmo foi assaltada... Levaram-nos os portáteis, o leitor de DVDs e mais umas pequenas coisas. Podia ter sido pior. Agora já se sabe, casa arrombada, trancas à porta!

domingo, outubro 22, 2006

PhotóS: "Suri" & "Desabrochar"

A Maria Francisca nasceu no passado dia 18/10/2006, é o fruto do amor que une os meus amigos Paula e Ricardo, e é linda. Depois deste nascimento apeteceu-me partilhar convosco duas fotos de dois bebés. Mais uma vez uma bebé famosa internacionalmente e um bebé nacional e anónimo. Desfrutem.

1. "Suri" - a bebé de Katie Holmes e Tom Cruise

"Sim, Suri Holmes Cruise existe!", foi com esta frase e com esta foto que a revista norte-americana Vanity Fair apresentou ao mundo a já famosíssima bebé do casal Holmes-Cruise. Vendo a produção fotográfica denota-se o excelente bom gosto fotográfico, fazendo esquecer o polémico papá Cruise com a sua Cientologia e a mamã Holmes, prisioneira da mesma "religião". Aos papás os meus parabéns.

2. "Desabrochar" - Marco Soares - Olhares.com

Não sei como se chama o bebé da foto, mas analisando os comentários à fotografia no site onde está colocada, dá para perceber que o autor é o papá e que é um menino. Mais uma vez o bom gosto está aqui patente. Não só pelo tom sépia da foto, bem como por o bebé estar enrolado numa mantinha. É o desabrochar de um ser vivo do seu casulo... Aos papás os meus parabéns.

sábado, outubro 21, 2006

CineMania: Little Miss Sunshine

"Little Miss Sunshine - Uma Familia à Beira de Um Ataque de Nervos" é a melhor comédia do ano e o melhor road movie do ano. Mas se o argumento é simples, a realização não é de génio e a fotografia não é brilhante, então o que torna este filme familiar especial? Sobretudo um elenco excepcional que consegue transmitir a história de forma soberba, pontuado dos melhores momentos de humor dos últimos tempos. Da fabulosa família disfuncional saliento Abigail Breslin como Olive Hoover e Steve Carrel como Tio Frank. Não estranhem se virem este filme nomeado para os Oscars deste ano a serem entregues em Fevereiro de 2007. Academy of Motion Picture Arts and Sciences para quando o Oscar para o Melhor Elenco? Desde o delicioso Magnolia, terminando no mediano Crash e passando por tantos outros filmes, que anda a fazer falta esta categoria...

sexta-feira, outubro 20, 2006

Música: Chiquitita (Español)

Hoje partilho neste blog a letra de uma canção que gosto muito. São aquelas palavras que todos gostaríamos de ouvir nos momentos em que estamos mais em baixo de forma.

Chiquitita, dime por que
tu dolor hoy te encadena
en tus ojos hay
una sombra de gran pena.

No quisiera verte asi
aunque quieras disimularlo
si es que tan triste estas
para que quieres callario.

Chiquitita, dimelo tu
en mi hombro, aqui llorando
cuenta conmigo ya
para asi seguir andando.

Tan segura te conoci
y ahora tu ala quebrada
dejamela arreglar
yo la quiero ver curada.

Chiquitita, sabes muy bien
que las penas vienen y van y desaparecen
otra vez vas a bailar y seras feliz,
como flores que florecen.
Chiquitita, no hay que llorar
las estrellas brillan por ti alla en lo alto,
quiero verte sonreir para compartir
tu alegria, Chiquitita.
Otra vez quiero compartir
tu alegria Chiquitita.

domingo, outubro 15, 2006

PhotóS: "MB&VC" & "Jessie&Jorge"

Continuando o périplo pelo fascinante mundo da fotografia esta semana apresento-vos duas fotos de dois casais. A primeira do casal franco-italiano Monica Bellucci & Vincent Cassel. A segunda dos anónimos Jessie&Jorge. Desfrutem.

1. "MB&VC" - Monica Bellucci & Vincent Cassel

Depois de ter visto o filme francês "Combien tu m' aime?" - "Quanto me amas?", 2005, de Bertrand Blier, na passada sexta-feira na 7ª Festa do Cinema Francês. Lembrei-me de colocar aqui uma das muitas fotos da bela italiana Monica Bellucci, uma das minhas actrizes preferidas. Numa pesquisa fácil na internet, encontrei esta fabulosa foto com o seu marido Vincent Cassel. Não consegui descobrir o autor, nem o ano, mas suponho ter sido tirada por altura do filme "Irréversible" - "Irreversível", 2002, de Gaspar Noé.

2. "tudo pelo melhor" - Jessie&Jorge - Paulo César

Noutra pesquisa desenfreada pelo site Olhares.com fui parar ao utilizador Paulo César. Bisbilhotando os nus masculinos, deparei-me com algumas fotos do casal Jessie&Jorge, encontrei pelo menos 4, escolhi a primeira que apreciei. Não faço a mínima se este casal tem por acaso alguma relação afectiva ou não. Isso não importa. O que quero salientar é que o momento registado está verdadeiramente genuíno. Há uma sinceridade no toque de ambos. A cumplicidade que deve unir qualquer casal em qualquer circunstância.

sexta-feira, outubro 13, 2006

A dor da vida!

Nem a vida é como se quer, nem os outros são como se quer. Tudo na vida tem um preço. Algumas vezes, preço esse, demasiado elevado. O que mais me custa é confiar nas pessoas e ser apunhalado nas costas, qual Marion Crane na banheira do seu quarto de motel no filme Psycho de Alfred Hitchcock. Contudo não roubei dinheiro nenhum ao meu patrão, nem estou a ser assediado, e até sou boa pessoa. Mas a vida não é nenhuma ficção, apesar de se parecer muitas vezes com um filme de terror. O meu objectivo não é fazer um choradinho da minha vida ou da vida em geral. Apenas quero mais daqui a pouco chegar a casa, meter-me na casa de banho, gritar e fingir que estou a ser apunhalado por quem amo com a última faca de cozinha que comprei. Depois o meu corpo meio nu esvai-se em sangue estendido no chão. Consigo ainda dar um último suspiro e deixar uma marca de sangue feita pela minha mão nos azulejos brancos em sinal de desespero ou socorro. É assim a vida... A dor da vida!

quarta-feira, outubro 11, 2006

Pedro Tochas em "Maiores de 18" no Teatro da Trindade 3, 4, 10 e 11 de Novembro

Pela última vez em Lisboa, Pedro Tochas apresenta o espectáculo "Maiores de 18 - stand-up comedy para adultos" no Teatro da Trindade.
Quatro dias em Novembro para dizer adeus a um espectáculo que teve lotações esgotadas em todas as suas apresentações anteriores.
Eu recomendo!!
A não perder!!!
Mais informação sobre o espectáculo no site de Pedro Tochas http://www.pedrotochas.com

O que já disseram de Pedro Tochas:
"É que este senhor não tem só piada, tem também muita arte..."
O Comércio do Porto
"Sublime na arte de dominar uma plateia, como poucos no nosso país, Tochas é mestre no improviso e na fusão de estilos, desde o stand-up ao humor negro e non sense"
VISÃO
"Tochas incendiou plateia de riso"
Jornal de Notícias
"Hilariante!
É o mínimo que se pode dizer do actor, malabarista e comediante Pedro Tochas."
A CAPITAL
"Ao vivo, é chorar de tanto rir."
Público
"E, se faz favor, stand up! Porque é assim que se deve aplaudir um artista deste gabarito. De pé!"
Correio da Manhã

terça-feira, outubro 10, 2006

TêVê: Doente terminal defende o direito a morrer

Gostava de um dia não acordar


Ana é uma doente terminal que defende a eutanásia. Numa entrevista única, no Jornal da Noite, pede para poder ser ela a decidir o futuro. Porque tem "muito medo da vida". Tem "muito medo de ter dores, de perder a dignidade". Porque, diz, a morte não a "assusta nada".

Clique aqui para ler toda a entrevista.



Fonte:

domingo, outubro 08, 2006

PhotóS: "Keeping It Real" & "papi"

A fotografia é um mundo que me fascina. Fascina-me desde tenra idade. Espalhadas pela minha casa tenho algumas fotos mais ou menos interessantes. Umas tiradas por mim, outras roubadas aos álbuns de família. Depois do post "unicamente Única" deu-me vontade de partilhar convosco algumas das fotos que mais me fascinam. Hoje para inauguração coloco duas. Uma de um autor conceituadíssimo e outra de memórias antigas. A primeira é do conhecido fotógrafo americano David LaChapelle: "Keeping It Real" - Lil' Kim Louis Vitton - New York 1999. A segunda é um retrato de guerra do meu "papi" durante o conflito ultramarino no tempo do estadista António de Oliveira Salazar. Desfrutem.

1. "Keeping It Real" - Lil' Kim Louis Vitton - New York 1999 - David LaChapelle


2. "papi"

domingo, outubro 01, 2006

Protesto!

CineMania: Cinema em "formato" KK II

Entrou hoje em vigor aquele que pode ser considerado o mais duro golpe nas vantagens de ter King Kard: passa a ser válido apenas nas 16 salas do Millenium Alvaláxia. Paralelamente, foi lançado o MedeiaCard, válido nas salas onde agora deixa de ser aceite o KingKard. Completamente alheios (e muito provavelmente desinteressados) dos motivos desta grave mudança, muitos dos seus subscritores trataram de cancelar o seu cartão. É muito mau perdermos privilégios...